sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

O meu (nosso) 2012

Há um ano que não escrevia no meu blogue...
 
2012.
2012 foi ano que começou amargo... amargo porque mais uma vez tive de despir a camisola de um projeto a que me dediquei de corpo e alma. Advertidamente, saí. Custou muito, muito, mas cresci. O associativismo é mesmo assim.
 
Mas depois deste começo de ano menos doce, 2012 caraterizou-se por uma catadupa de projetos - que não saíram do papel, que foram adiados, ou que foram concretizados - e de grandes emoções! A primeira: a menina dos meus olhos fez um aninho. Que bom! Há maior alegria que a de ver uma filha fazer 1 aninho?

2012 foi um ano em que conheci inúmeras pessoas nas mais diversas áreas, foi o ano dos projetos!
 
No início do ano, fundei, juntamente com um grupo de amigos, a Adiante - Associação de Dinamização do Interior Apostando nas Novas Tecnologias e no Empreendedorismo (http://www.adiante-associacao.pt/). Obrigada, Raul Leitão, Andreia Amaral, Luís Moreira, Cândida Preta, Nuno Conceição, Vera Tiago, Pedro Pereira, Tiago Marques, Luís Jerónimo e Marisa Pereira.
 
"Adiante!" Era a atitude que se impunha. Os primeiros meses do ano foram passados em reuniões, - em que eu aparecia (eufórica!) com o Businness Canvas impresso em A1 e com o "Businness Model Gneration" debaixo do braço -  para elaborar o plano de negócios do Cuido.com.pt e do 4Students. Tivemos ainda dois estágios na Adiante, o do Petru e do Filipe Correia, dois jovens cinco estrelas e muito trabalhadores! O nosso obrigada! Com o apoio incondicional do IES - Instituto de Empreendedorismo Social e com a participação nos seus workshops, fomos aprimorando os planos de negócio e concorrendo a vários concursos e financiamentos.

Entretanto, em março, em representação da Padaria do Salgueiro, padaria do meu pai, integrei a Academia PME, um financiamento do IAPMEI convertido em formação e consultoria. Também aqui conheci pessoas extraordinárias, pequenos produtores que partilham as dores de viver no interior e que são uns acrobatas no combate à crise! Objetivo principal: criar uma linha de produtos diferente com a finalidade de alcançar outros segmentos de mercado (dito gourmet). Mal eu sabia no que me estava a meter! Foram 9 meses de trabalho árduo, de altos e de muitos, muitos baixos, de muitas incertezas, de muitas adversidades, de muita, muita persistência! Foram horas a fio dedicadas ao projeto em reuniões (com Tiago Marques e João Abreu), em parcerias, em representações, em dedicação intensa aos conteúdos online e à estratégia comercial... bom... a verdade é que, apesar do "parto estar difícil", como dizia o Henrique Manso, os Salgueirinhos saíram (ver aqui)! 2013 é agora um ano crucial, o ano em que temos de consolidar a marca no mercado. Vamos a isso!

Em abril, eis que recebo este e-mail: "Parabéns! Foi selecciona​do para participar no projeto Energia de Portugal"(ver aqui). Bom, que faço agora? Decidi pôr a associação em stand by, não podia deixar fugir esta oportunidade de conviver com trezentas pessoas dinâmicas e de ouvir o que António Lucena de Faria - da Fábrica de StartUps - tinha para partilhar. Apresentei o pitch do Cuido.com.pt, formei equipa, alterámos o modelo de negócio e nome para Kids and Grannies (ver aqui), desfizemos a equipa, integrei outra que se desfizera, criámos um novo projeto - BrandYou2 (ver aqui), trabalhámos arduamente até ao fim e não fomos à final...! Foram dois meses de aprendizagem contínua, de surveys online, de mentores, de landing pages, de lessons learned, de entrevistas para a televisão do Expresso, de momentos inesquecíveis com pessoas inacreditavelmente dinâmicas e muito interessantes: a Margarida, a Sandra, a Patrícia, a Ana Lúcia, e muitos outros!

No meio de tudo isto, continuei a trabalhar como tradutora audiovisual (maioritariamente para o teletexto). Dei muitas formações, conheci centenas de formandos, e dei a minha primeira formação de Acordo Ortográfico! Que grande desafio!

Mas este ano trouxe-me outra grande alegria de que muito me orgulho. Após vários anos de participações secundárias em peças do Váatão, fui convidada a participar na peça "A Magia da Tecedeira", uma peça infantil escrita pelo Dr. Lopes Marcelo e Gabriel Varela, na qual interpreto a tecedeira que vira princesa! :)
 
Termino com um abraço bem apertado ao Raul... se ele não existisse, eu não era como sou, nem fazia o que faço. Disso tenho a certeza. Fiquem com uma frase que ele me diz muita vez: "Acredita em ti!"
 
Um 2013 repleto de sorrisos a todas as pessoas que se cruzaram comigo neste loooongo e agitado 2012!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

New Year Resolutions

2011 foi marcado pelo mais emocionante acontecimento das nossas vidas, da minha e da do Raul: o nascimento da nossa Leonor.
Confirma-se. Todas aquelas frases chavão foleiras que ouvimos os que são pais repetirem incessantemente aos que não o são sobre o que é ter um filho são verdade. Confirma-se.
"A vida muda completamente". Sim, para melhor. "O tempo passa a correr." Sim, mas com muito mais intensidade e alegria."Nunca mais vais ser a mesma pessoa." Pois, ainda bem que mudei! "O sorriso de um filho é a melhor coisa que há." É bem verdade, e desperta emoções fabulosas e únicas. Etcetera, etcetera e tal.
Mas sentei-me aqui para falar de 2012. Não foi? Agora já não me apetece.
Fica para outro dia.

Estou NAQUELES dias.

Acordo cheia de energia, visto a boneca, dou um beijo ao boneco, vou correr e penso na vida, na beleza do dia que começa e nas mil coisas que tenho que fazer hoje de manhã. Volto, tomo banho e penso, sorridente, no dia produtivo que vou ter.
Sento-me finalmente ao computador. Olho à minha volta, levanto-me e endireito o quadro junto à lareira que está torto há meses mas que hoje está a incomodar-me, dobro as mantas deixadas ontem fora de ordem no sofá, alinho as cadeiras da mesa da sala como se isso me provocasse algum incómodo, coloco os telecomandos todos na mesinha "própria" para o efeito que por acaso é bem longe do sofá, componho as almofadas do sofá e regresso ao computador. É agora!
Bolas! Esqueci-me de trazer um copo de água para não estar sempre a interromper o trabalho. Até me esqueço que nunca a bebo e que é um absurdo estar a levantar-me por isso. Chego à cozinha. Em vez de água, apetece-me um chá de ervas. Não sei se é por ser mais saboroso ou por "queimar" mais tempo que o de saqueta, da Lipton, que está já ali logo à mão.
Sento-me novamente ao computador. Apetece-me ir pôr o telemóvel a carregar para não ficar sem bateria amanhã de manhã e pôr uma máquina de roupa a lavar, não vá amanhã apetecer-me vestir alguma peça que está na roupa suja. Resisto, não vou!
Levanto-me, faço o chá da Lipton, que era o que realmente me apetecia, dirijo-me para o sofá, trago os comandos todos da "mesinha própria" longe do sofá, toco no quadro junto à lareira que fica fora do sítio, sento-me no sofá, desdobro as mantas e cubro-me com elas, coloco as almofadas de forma confortável debaixo da cabeça e dos pés.
Fico ali, a dormitar sobre a beleza do dia que começou há quatro horas.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Hulmildade - que bicho é esse?

Ecoa no meu âmago:
A humildade nas palavras de nada vale quando há arrogância nos actos.
O meu âmago.

domingo, 20 de novembro de 2011

A besta zurrou...

Aterrorizada com tamanha injustiça, a besta zurrou. Ergueu as orelhas, livrou-se das talas “demagogas” que o energúmeno lhe pôs nos olhos, deixou-se levar pelos seus instintos e, num relinchar insurgente de inquietude, bateu os cascos. Enfrentou o energúmeno e vincou os seus princípios pessoais e institucionais, defendeu os valores que felizmente os seus progenitores lhe transmitiram e pelos quais se rege, expôs a indignação que reinava ali, naquele mundinho inadmissivelmente mundano, propôs alternativas com vista à mudança, mostrou que preserva o seu direito ao livre-arbítrio e zarpou. Para não mais voltar!

O energúmeno, que tem a capacidade de nunca surpreender, ao ver que não conseguia amainar esta besta nem voltar a pôr-lhe as talas, espécie de “marca a ferro quente” dos que vivem no seu rancho, retira-lhe a ração.
A besta – que é verdadeiramente besta -, procura conforto junto dos burros de carga do rancho do energúmeno. São muitas as festas no pêlo simuladas, os sorrisos amarelados, os conselhos de olhar cabisbaixo... Estava traçado o seu quinhão, mas a besta, que é besta, não percebeu. Como se não bastasse ser besta de nome, a besta foi, mais uma vez, besta nos actos... Voltou ao rancho do energúmeno, àquele mundinho inadmissivelmente mundano, e ensinou todos os burros de carga a funcionar com os arados e com todos os utensílios para que a lavoura não parasse.
Na hora da verdade, em que foi necessário bater os cascos, foi vê-los escapulir-se, a encontrar formas de sobressaírem perante o energúmeno, aproveitando a infelicidade da besta completamente exaurida por um inconformismo nato face às injustiças, que teima em não a largar.
A besta, perante a inexorabilidade do energúmeno, dominado pela ganância de poder, e a cegueira dos burros de carga, que correm como baratas tontas atrás da cenoura que nunca alcançarão, deixando imiscuir-se, opta por se resignar ao silêncio... Em silêncio, os gritos emudecidos da besta ecoarão – neste blogue - sob a forma de fábulas.