sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

New Year Resolutions

2011 foi marcado pelo mais emocionante acontecimento das nossas vidas, da minha e da do Raul: o nascimento da nossa Leonor.
Confirma-se. Todas aquelas frases chavão foleiras que ouvimos os que são pais repetirem incessantemente aos que não o são sobre o que é ter um filho são verdade. Confirma-se.
"A vida muda completamente". Sim, para melhor. "O tempo passa a correr." Sim, mas com muito mais intensidade e alegria."Nunca mais vais ser a mesma pessoa." Pois, ainda bem que mudei! "O sorriso de um filho é a melhor coisa que há." É bem verdade, e desperta emoções fabulosas e únicas. Etcetera, etcetera e tal.
Mas sentei-me aqui para falar de 2012. Não foi? Agora já não me apetece.
Fica para outro dia.

Estou NAQUELES dias.

Acordo cheia de energia, visto a boneca, dou um beijo ao boneco, vou correr e penso na vida, na beleza do dia que começa e nas mil coisas que tenho que fazer hoje de manhã. Volto, tomo banho e penso, sorridente, no dia produtivo que vou ter.
Sento-me finalmente ao computador. Olho à minha volta, levanto-me e endireito o quadro junto à lareira que está torto há meses mas que hoje está a incomodar-me, dobro as mantas deixadas ontem fora de ordem no sofá, alinho as cadeiras da mesa da sala como se isso me provocasse algum incómodo, coloco os telecomandos todos na mesinha "própria" para o efeito que por acaso é bem longe do sofá, componho as almofadas do sofá e regresso ao computador. É agora!
Bolas! Esqueci-me de trazer um copo de água para não estar sempre a interromper o trabalho. Até me esqueço que nunca a bebo e que é um absurdo estar a levantar-me por isso. Chego à cozinha. Em vez de água, apetece-me um chá de ervas. Não sei se é por ser mais saboroso ou por "queimar" mais tempo que o de saqueta, da Lipton, que está já ali logo à mão.
Sento-me novamente ao computador. Apetece-me ir pôr o telemóvel a carregar para não ficar sem bateria amanhã de manhã e pôr uma máquina de roupa a lavar, não vá amanhã apetecer-me vestir alguma peça que está na roupa suja. Resisto, não vou!
Levanto-me, faço o chá da Lipton, que era o que realmente me apetecia, dirijo-me para o sofá, trago os comandos todos da "mesinha própria" longe do sofá, toco no quadro junto à lareira que fica fora do sítio, sento-me no sofá, desdobro as mantas e cubro-me com elas, coloco as almofadas de forma confortável debaixo da cabeça e dos pés.
Fico ali, a dormitar sobre a beleza do dia que começou há quatro horas.